sábado, 11 de novembro de 2017

O que pensa o analista burguês, José Pacheco Pereira sobre o PCP

A ideia central da necessidade de uma revolução violenta para implantar uma ditadura de classe não é a mesma coisa que falar de uma “democracia avançada”. Cunhal, que logo a seguir ao 25 de Abril retirou do programa do PCP a expressão “ditadura do proletariado”, explicou que o fazia apenas por razões cosméticas e não de fundo. Neste sentido, o PCP permaneceria leninista, se alguma coisa fizesse nesse sentido para lá da cosmética, mas, que se saiba, não faz.
Aliás, o PCP viola as regras básicas das “condições” leninistas para se ser considerado um partido comunista, a começar pela regra clara de que “os comunistas não podem confiar na legalidade burguesa e devem formar em toda parte um aparelho clandestino paralelo que possa, no momento decisivo, ajudar o partido a cumprir o seu dever perante a revolução”. Esta era a “lição” mais importante que os bolcheviques tiravam da Revolução de Outubro e da ruptura com o socialismo “reformista”. Havia toda uma outra série de normas, incluindo a obrigação de fazer propaganda comunista da revolução nos exércitos, a recusa de que alguma organização internacional (na época a Liga das Nações, hoje a ONU) tinha capacidade para impedir as “guerras imperialistas” sem derrube do sistema capitalista, e a necessidade de “depurações” permanentes dos efectivos dos partidos comunistas “para remover sistematicamente os inevitáveis elementos pequeno-burgueses”, que em nada correspondem ao que um partido como o PCP segue. Que eu saiba, o PCP não tem hoje nenhum “aparelho clandestino paralelo que possa, no momento decisivo, ajudar o partido a cumprir o seu dever perante a revolução”..  (PÚBLICO)

«O capitalismo foi fascista sempre que precisou de o ser. » (público)


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