segunda-feira, 21 de agosto de 2017

fala Dionísio Andrade, presidente da COSMOS


Diário ou Boletim Municipal?


Dionísio Andrade *
 

O Diário de Notícias nos últimos meses tem sido o veículo de propaganda do srº Presidente da Câmara Municipal do Funchal, com notícias diariamente sobre as promessas que Paulo Cafôfo vai fazendo à medida que se aproximam as eleições, em troca de publicidade, cadernos municipais e outros encartes, sobre as actividades da autarquia do Funchal e acontecimentos desportivos e musicais, pagos a peso de ouro, e de uma forma dissimulada através de departamentos da autarquia e empresa municipal Frente Mar. E também vai "tapando" e dissimulando algumas mentiras do srº Presidente da CMF, como foi o caso do Savoy, o projecto do Lazareto, e a diminuição da dívida da autarquia nos últimos 4 anos, e etc.

Esta situação faz-me lembrar o pior do jardinismo em termos de comunicação social, onde eram injectados milhões de euros dos nossos impostos para o Jornal da Madeira todos os anos, para este órgão de comunicação social estar ao serviço de Alberto João Jardim e do PSD.
O Diário como órgão de comunicação social privado propriedade da família Blandy está no seu direito de querer seguir a linha editorial que achar mais conveniente e bem entender. O Diário de Notícias do Funchal não pode é ter um estatuto editorial a dizer que é independente, isento e plural, porque isso não corresponde à realidade, e estar a defraudar milhares de leitores, como é o caso da minha família, que é assinante do DN há várias décadas, com pagamento anual de assinatura, todos os anos em Janeiro.
O Diário de Notícias do Funchal para ultrapassar esta "fraude editorial" só tem de fazer o que fazem os grandes jornais Americanos e Ingleses. O srº Blandy e a sua família sabem que quando se aproximam os actos eleitorais nestes países anglo-saxónicos, as direcções desses jornais publicam uma carta de interesses em que anunciam os apoios a determinados candidatos.  Uns jornais nos EUA apoiam os republicanos e outros dão apoio aos democratas. Na Grã-Bretenha uns apoiam os trabalhistas e outros declaram apoio aos conservadores.
O DN deveria fazer uma declaração de interesses, no apoio ao candidato Paulo Cafôfo, e assim não defraudavam milhares de leitores, e protegiam os seus jornalistas, que neste imbróglio são as partes mais atingidas na sua honra e dignidade, principalmente para aqueles que cumprem escrupulosamente o estatuto de jornalista, código deontológico e lei de imprensa. Nesta indefinição alguns jornalistas são vistos como mercenários da informação, em que alguns até se prestam a "forjar" notícias de perseguição pessoal a alguns adversários políticos de Paulo Cafôfo, como foi recentemente os casos de notícias que visavam Gil Canha e José Prada.
Em relação à minha pessoa, desde já dou carta branca ao Diário de Notícias para investigar a minha vida, tal com aconteceu nos finais dos anos noventa, quando o Jornal da Madeira enviou uma jornalista a Andorra para vasculhar a vida privada de um seu jornalista da redacção, e ao mesmo tempo Presidente da Direcção Regional do Sindicato dos Jornalistas nessa altura.
Só há um problema no meu percurso de vida no início dos anos 80. Vindo de uma família tradicional madeirense e católica, temente a Deus, as minhas fugitivas escapadelas para a Escandinávia, mais propriamente para a Suécia, Dinamarca e Finlândia, tinham em mente umas pecaminosas farras no meio das louras que conquistávamos no Lido durante o dia, e à noite no Barbarela, Farol e na velhinha Vespas, na Ponte do Ribeiro Seco, num intercâmbio linguístico e cultural que desflorei muito antes de Portugal e a Madeira entrarem na Europa. Ou não tivesse eu de fazer jus ao nome que os meus pais me deram no batismo, que na mitologia grega não é mais nem menos do que o deus do vinho e dos bacanais.

* Jornalista

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