quinta-feira, 30 de junho de 2016

Comissário Adelino Pimenta da PSP e um juíz da nossa comarca, violam o parque natural com uma construção clandestina.

Comissário Adelino Pimenta da PSP e um juíz da nossa comarca, violam o Parque Natural da Madeira, com uma construção clandestina.

 O atentado ambiental violando a rede Natura 2000 do Parque Natural da Madeira na freguesia de S. Jorge (concelho de Santana) é feito com a conivência do director regional de Florestas e da Secretária do Ambiente, Susana Prada. A Câmara Municipal de Santana também parece assobiar para o lado. Estes dois figurões construiram a partir de um contentor uma casa de férias em zona protegida; uma situação que em nenhuma circunstância á permitida ao cidadão comum, mas pelos vistos nesta terra do norte de África, estas pessoas são "intocávéis" e têm privilégios que não são concedidos aos cidadãos "plebeus"!

Comissário Adelino Pimenta da PSP.

Estas fotografias abaixo demonstam a situação acima descrita: Duas casas, construídas com contentores. Supostamente estes contentores, foram aqui colocados para dar apoio à suposta exploração agrícola, e que com alguns subtis e manhosos acrescentos em betão e algumas modificações deram origem a duas casas de férias!O mais caricato, é que esta ilegalidade, foi praticada, a apenas 200 metros de um posto florestal, em Pleno Parque Natural da Madeira e uma delas pertence ao íntegro e honesto Subintendente Pimenta!!!Já anteriormente, um antigo engenheiro técnico (daqueles feitos a martelo e que evoluiram de feitor agrícola chegando a engenheiro por decreto) e que também desempenhou funções na Secretaria do Ambiente, construiu também um suposto armazém agrícola, agora transformado em chalé e que fica a menos de 30 metros do mesmo posto florestal. Também um agente da GNR construiu a alguns anos, uma casa nas imediações do mesmo posto florestal (cascalho São Jorge) sem que nada tivesse acontecido.É caso para perguntar, onde pára o intocável Sequeira das florestas, que esconde a sua incompetência e inqualificação com a perseguição de todos os praticantes de actividades de Natureza!? Entretanto, as nossas fontes dizem-nos que a segunda habitação das fotografias pertencente à um juiz! Vamos confirmar melhor e saber o nome do mesmo para o facultarmos aos nossos estimados leitores.





Aqui está um claro abuso de poder que não podemos deixar passar em branco

Ana Martins do PTP faz uma pergunta ao presidente da répública que hoje chega à Madeira

«Como é que acha que a Madeira está a ser governada?»
Recorte da edição em papel

quarta-feira, 29 de junho de 2016

O «sem malícia» habituado a nada fazer aproveita para viajar à borla pelo mundo diz AJJ




(renovadinhos)

S. Paulo, Brasil

Emigrante burlado pelo BCP foi vítima da sua própria ganância

BCP livra-se de pagar 563 mil a casal de ex-emigrantes

TRIBUNAL NÃO DÁ RAZÃO A CASAL DE CÂMARA DE LOBOS QUE SUSCREVEU OBRIGAÇÕES

O Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou a pretensão de um casal de ex-emigrantes madeirenses que queria que o BCP lhe pagasse cerca de meio milhão de euros, correspondente ao valor perdido em obrigações de bancos islandeses e gregos que faliram após a crise de 2008. Este acórdão, com data de 28 de Abril mas divulgado recentemente, vem confirmar a decisão do tribunal do Funchal, que, em síntese, chegou à conclusão que os clientes não foram enganados pelo banco e seus funcionários.
O caso envolve um casal de idosos, que depois de uma vida de trabalho na África do Sul veio fixar residência no concelho de Câmara de Lobos. Tinha as suas poupanças no BCP e entre Fevereiro de 2006 e Setembro de 2007 aplicou cerca de 500 mil euros em obrigações dos bancos EFG Hellas (Grécia) e Kaupthing (Islândia). Até Outubro de 2008 receberam 117 mil euros em juros de tais investimentos. Os problemas começaram a partir dessa altura. Com a crise financeira mundial iniciada em 2008, vários bancos faliram. Foram os casos do EFG Hellas e do Kaupthing, que deixaram de cumprir os pagamentos das suas obrigações. Em consequência, o dinheiro deixou de ser depositado na conta do casal madeirense.
Depois de terem recusado uma proposta para receber apenas 40% do capital investido em títulos do EFG Hellas, em Junho de 2012 o casal interpôs uma acção judicial na Vara Mista do Funchal a pedir a condenação do BCP no pagamento de 563 mil euros como indemnização pela perda do seu património. Os dois ex-emigrantes alegaram que tinha sido “ludibriados em toda a sua ingenuidade de pessoas simples, iletradas e desconhecedoras em absoluto dos meandros da actividade bancária e investimentos de capital”, que o banco não lhes explicou o elevado risco dos produtos financeiros que estavam a subscrever e que “apenas em Junho de 2010 tiveram noção de que o seu dinheiro tinha sido aplicado em obrigações”.
Mas não foi esse o entendimento que os juízes tiveram, tanto na primeira instância como no Tribunal da Relação de Lisboa. Esta última instância concluiu que o BCP não cometeu nenhum acto ilícito e que a desvalorização das obrigações deriva da crise de 2008 e não da actuação do banco, pelo que está isento do pagamento da indemnização pedida. Chegou ainda à conclusão que o casal já tinha investido em produtos complexos e que foi por sua expressa vontade, no sentido da obtenção de melhores taxas de juro, que o banco transferiu as respectivas poupanças de depósitos a prazo (que rendiam 2%) para aplicações em obrigações (que garantiam 6,5% em juros). Ficou também provado que na altura se tratava de um investimento seguro e com boa avaliação das agências de notação internacionais
. (diário)

terça-feira, 28 de junho de 2016

Promiscuidade da justiça madeirense no processo «Cuba-livre»


Ricardo Monteiro, casado  com a juíza Susana Mão-de-Ferro.

A juíza encarregada do processo Cuba-Livre, Susana Mão-de-Ferro é casada com o advogado Ricardo Monteiro da "Abreu&advogados (onde trabalha o Ricardo Vieira do CDS).
 Acontece que Ricardo Monteiro é um dos advogados da Abreu Advogados escritório encarregue da defesa de Cunha e Silva arguido no processo. O advogado do Alberto João. é o  ex-eurodeputado Nuno Teixeira.
 Tinha carradas de  razão Hélder Spínola quando desistiu de ser assistente no processo  quando afirmou que não queria caucionar a farsa judicial que se iria assistir.
 Como os juízes estão na Madeira sem rotativividade (ganharam o estatuto de inamovíveis)  a promiscuidade e o  conflito de interesses é o  pão nosso de cada dia.
 As juízinhas vêm para a Madeira e depois casam ou amantizam-se com os figurões do regime jardinista, depois o resto já sabemos: as sentenças são combinadas a dois.

Nota da Redacção: Esclarecemos que Ricardo Monteiro é advogado da Abreu Advogados  mas não é advogado do Cunha e Silva no processo Cuba Livre. Estando o caso a cargo de outros advogados da sociedade.

Spínola recusa justiça regional no ‘Cuba Livre’

“não estou disponível para fazer parte e caucionar a farsa que se irá seguir”
Hélder Spínola anuncia que desiste do processo porque não confia na imparcialidade do sistema de justiça na Madeira.

Hélder Spínola, um dos três antigos representantes do PND que solicitaram a abertura de instrução no processo ‘Cuba Livre’, anunciou ontem ao DIÁRIO que vai desistir da acção caso aquela investigação seja remetida para os tribunais da Madeira. Justificou a sua posição com o facto de desconfiar da imparcialidade dos órgãos judiciais que funcionam na Região.
Conforme noticiámos na nossa edição de ontem, o processo que resultou da investigação à ocultação deliberada de 1.100 milhões de euros e falsificação das contas públicas do Governo Regional foi retirado da alçada do juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Investigação Criminal (em Lisboa) e será remetido para a Secção de Instrução Criminal da Instância Central do Funchal, que tem como juíza Susana Mão de Ferro. Esta mudança foi determinada pelo Tribunal da Relação de Lisboa, na sequência de um recurso dos arguidos Santos Costa (ex-secretário do Equipamento Social) e Amélia Gonçalves (ex-responsável pela área orçamental da Secretaria do Equipamento Social).
Hélder Spínola explicou o que vai fazer caso esta mudança de instância judicial se confirmar: “Solicitarei a minha renúncia como assistente no processo pois não confio na imparcialidade do sistema de Justiça instalado na Região Autónoma da Madeira, e não estou disponível para fazer parte e caucionar a farsa que se irá seguir”.
Baltasar Aguiar e Gil Canha são os outros dois assistentes, que insistiram em requerer a análise do processo ‘Cuba Livre’ por um juiz, isto após o Ministério Público ter arquivado o inquérito a 6 de Outubro do ano passado. Caso estes dois tomem a mesma atitude de Hélder Spínola, será a morte de uma investigação que teve início em 2011.
No decorrer da investigação, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) encontrou indícios da prática dos crimes de prevaricação, falsificação e violação das regras de execução orçamental, mas não reuniu as condições exigidas pela lei para avançar com a acusação e julgamento. Além de Santos Costa e Amélia Gonçalves, foram constituídos arguidos o ex-secretário Ventura Garcês, o ex-director regional Ricardo Rodrigues e a ex-directora de serviços Dulce Veloza. (DN)
«Renovadinhos »volta a atacar Susana Prada

Alberto João volta a atacar o seu adversário de estimação dentro do PSD: «Betinhos»



domingo, 26 de junho de 2016

Nélio Nunes, O maior ‘Comandante’ de modelos de aviões

O maior ‘Comandante’ de modelos de aviões

Nélio Nunes tem uma colecção com mais de 600 modelos de aviões. O Comandante, como é apelidado, guarda somente no seu espólio réplicas que aterraram na Madeira. A história da aviação madeirense está literalmente guardada numa casa em Gaula.Mais de 600 modelos de aviões, todos com ‘visto’ (leia-se passagem) na Madeira. É este o impressionante espólio que Nélio Nunes conseguiu reunir ao longo de 22 anos, tornando-se o Comandante da maior frota do género… que a MAIS tem conhecimento.


Aeroporto de Santa Catarina nos anos 80.

A colecção do Comandante, como é carinhosamente apelidado por colegas de profissão e amigos, confunde-se com a história recente da Madeira. Aliás, a ligação aérea continente-Porto Santo-Madeira acaba por ser um dos expoentes máximos da autonomia político-administrativa que a Região conquistou faz agora precisamente 40 anos. “A minha colecção representa também os sinais dos tempos”, refere.“Por vezes querem oferecer-me utensílios ou até modelos de aviões que consideram interessantes. Mas se não passou pela Madeira ou se não está directamente ligado com a história da nossa Região não me interessa. Tudo está conjugado e há uma história por trás de tudo o que mostro aqui”, aponta, mostrando o espaço que fica no sótão da sua casa, situada em Gaula, com uma vista privilegiada sobre a baía e, claro, para o aeroporto internacional da Madeira.Mas afinal como surge este anseio, quase obsessivo, de reunir modelos de aviões que passaram pelo aeroporto madeirense? De berço, pois claro. “O meu pai era tractorista de reboque de avião no aeroporto e eu passava muito tempo na placa a observar tudo e fiquei fascinado com a ideia de um dia também eu poder pilotar um avião”, explicou.Não estranhou, portanto, que o agora Técnico de Tráfego de assistência em escala (TTAE) tenha optado, primeiro, por se alistar na Força Aérea como técnico manutenção de aeronaves  (TMA) até que um dia, um Major amigo lhe deu um conselho. “Estávamos em plena Guerra do Golfo (1990/1991) e disse-me que devia sair caso contrário arriscava-me a ter de ir para lá”. Seguiu a sugestão e ainda pensou continuar a sua formação em aeronaves na Escola de Tires mas logo percebeu que a meta era inalcançável.“Em Tires informaram-me que teria de cumprir seis meses de curso e ainda mais dois anos de prática para tornar-me um TMA com carteira profissional. Para além disso era preciso pagar 900 e tal contos sem quaisquer garantias de sucesso e isso era muito dinheiro na altura. Por isso decidi arrumar as minhas coisas e regressar à Madeira”, notou.Manteve-se, contudo, ligado ao fenómeno da aviação, ingressou na Transportadora Aérea Portuguesa, sendo o funcionário 21971 (todos têm um registo do género) até aos dias de hoje e valida positivamente o comportamento da companhia. “Relativamente aos aviões é normal que alguns aparelhos sofram com o tempo, mas hoje em dia não há qualquer condicionante e estou certo que a TAP vai continuar a pautar a sua actuação pela qualidade acima da média”, vaticina.Foi quando já estava a trabalhar na TAP que obteve o primeiro modelo. Seguiram-se outros, espaçadamente, até que decidiu acelerar a angariação de mais modelos a fim de obter uma colecção de peso com o objectivo de retratar os 50 anos do aeroporto madeirense.É numa sala improvisada que monta todos os modelos comprados. “Costumo dizer que é a minha linha de montagem. Até porque ao contrário do que muitos pensam, a maior parte dos modelos chegam todos por montar e ainda é necessário um pouco de trabalho e paciência”, explica.Lamenta o facto de não existirem “lojas em Portugal que apostem nestes produtos”, apesar de recentemente, um amigo no aeroporto já ter percebido que os modelos têm saída. “Agora consigo alguns cá. Mas a esmagadora maioria dos modelos que tenho tive de comprá-los fora, por encomenda ou na internet”, o que acaba por tornar mais onerosa a compilação da sua extensa colecção.São inúmeros os modelos de aviões que representam também a evolução das companhias aéreas, algumas das quais já extintas, outras que acabaram por ceder ao marketing financeiro durante pequenos períodos. “Para quem gosta e até para quem está pouco familiarizado com a história da aviação, os aviões que passaram pela Madeira são capazes de ilustrar muito do que se passou durante as últimas décadas. As apostas que foram feitas e depois não deram certo, as rotas que as companhias aéreas entenderam apostar, enfim, a Madeira é um ponto importante no Atlântico”, constata.

retrato da história da aviação madeirense A colecção de Nélio Nunes conta a história da aviação na Região. “Só interessam modelos que passaram por cá”, explica.
Nélio Nunes acredita que a sua colecção pode ser aproveitada para ilustrar a história da aviação madeirense e disponibiliza-se para o efeito
Na sua colecção não podia faltar, pois claro, o primeiro de todos a aterrar em Santa Cruz oficialmente, no então aeroporto de Santa Catarina, o Super Constellation, com capacidade para pouco mais de 80 passageiros. Decorria o ano de 1964. Antes, a vinda para a Madeira, tinha mesmo de ser efectuada por via marítima e Nélio Nunes até tem os horários desse tempo. “Tinham de aterrar no Porto Santo e depois apanhavam o Lisbonense até à Madeira, viagem de barco que demorava mais quatro horas e meia”, revela.
Chegavam ao Porto Santo no Douglas Skymaster C-54, numa viagem realizada durante cerca de 2 horas e 45 minutos. O primeiro piloto a fazer a ligação continente-Porto Santo foi o histórico Amado da Cunha, com quem Nélio Nunes teve oportunidade de privar não há muito tempo. “Uma pessoa muito simpática e com uma grande história de vida”, recorda, mostrando o livro biográfico do antigo comandante da TAP assinado pelo próprio com dedicatória especial à sua pessoa. Amado da Cunha faleceu há cerca de dois anos “mas fica para sempre ligado à história de sucesso da TAP”.
Pelo Porto Santo passou também o primeiro avião a jacto da TAP, o “Caravelle VI-R”, designação em homenagem ao tempo dos descobrimentos e que Nélio Nunes também exibe com satisfação no seu espólio. Já o primeiro Boeing 727 -100 Lufthansa, em finais da década de 60, foi o primeiro jacto na Madeira a título experimental, com a finalidade de ser adquirido pela TAP, e cujos modelos também constam entre os 600 de Nélio Nunes.
Pinturas que acompanharam os diferentes aviões.
Modelos são montados peça a peça, pacientemente.
No início dos anos 60 a ligação aérea era feita para o Porto Santo e depois era o Lisbonense que assegurava a viagem para o Funchal, como demonstra a brochura da época.


Avião do desastre de Novembro de 1977
Mas, como em tudo na história, a colecção do ‘Comandante de Gaula’ mostra igualmente o pior acidente da TAP, precisamente no aeroporto de Santa Catarina, a 19 de Novembro de 1977. O Boeing 727 – 200 “Sacadura Cabral”, comprado à Boeing, foi sujeito a um conjunto de “azares, uma espécie de tempestade perfeita, que terminou num desastre de proporções inimagináveis, especialmente por todos os que o presenciaram/viveram”, sublinha.
A primeira recordação de Nélio Nunes do momento acaba por ser indirecta. “Apercebi-me que algo estava mal quando acordei e eram 3 horas da manhã e o meu pai, que trabalhava no aeroporto, ainda não tinha chegado a casa”. E continua: “Mais tarde comecei a perceber a dimensão do desastre pela quantidade de caixões que foram colocados na capela de Santa Cruz, mas ainda houve alguns corpos que simplesmente não apareceram”, lembra.
O Boeing 727 – 200 vinha de Bruxelas, com passagem por Lisboa, e a tripulação, segundo relatos de então, “apresentava-se já bastante cansada” apesar das condições atmosféricas também serem especialmente adversas na noite de 19 de Novembro de 1977. “Para já tratava-se de um avião bastante potente para a época, e não conseguiu fazer a travagem por causa de uma série de condições contrárias ao que deveria ser normal. Santa Cruz estava sob o efeito de uma frente fria medonha e a água que estava na pista criou uma almofada de ar que fez com que o avião deslizasse. O piloto ainda fez duas tentativas de aproximação à pista antes de acontecer o acidente”, refere.
De facto, a terceira tentativa de aterragem acabou na morte de 131 pessoas (6 dos 8 tripulantes e 125 dos 156 passageiros). Sobreviventes foram 33. Por culpa do acidente foram feitas diversas alterações. “A TAP nunca mais voou com o Boeing 727 -200 para o Funchal, a pista foi aumentada e só o comandante pode agora aterrar no aeroporto e somente depois de muitos treinos”.
Hoje em dia acidentes deste tipo “não acontecem”, mas continua a haver riscos normais associados, “como é normal em qualquer meio de transporte”. “São os pássaros o principal inimigo mesmo nos dias de hoje. Um pequeno pássaro pode causar a queda de um avião de grandes proporções, por isso é que os aeroportos têm instrumentos para afastar as aves do espaço aéreo”, aponta.
E isto de ter quase todos os modelos de aviões que já aterraram em solo madeirense, dá também para captar aqueles que registaram anomalias, como um “TAP 320 que tinha a bandeira ao contrário”. “Enganaram-se e trocaram a ordem das cores”, frisou, indicando o modelo em causa.
Nélio Nunes promete continuar dedicado em aperfeiçoar o seu espólio e até já tem ideias para tornar o espaço mais apelativo, não obstante até considerar torná-lo público caso exista interesse de alguma entidade para tal. “É o meu tabaco. Já gastei muito dinheiro com isto, mas acho que a história da Madeira também está aqui representada com esta colecção e a de outros colecionadores que existem na região”.

Da casa onde comanda a sua enorme ‘frota’, Nélio Nunes tem uma vista privilegiada para o aeroporto. Lugar onde cresceu e posteriormente se estabeleceu profissionalmente.

O Super Constellation em 1964 foi o primeiro a aterrar no aeroporto de Santa Catarina. A imagem retrata a presença de bombeiros durante o abastecimento de combustível do avião.

Acto de pirataria que ficou por contar
O interesse de Nélio Nunes pela história da aviação comercial, com incidência no destino Madeira, resultou em aprendizagens contínuas que tem conseguido fazer passar a outros. Ainda recentemente realizou uma palestra na escola de Santa Cruz, utilizando também imagens únicas que conseguiu reunir (algumas das quais mostramos nesta reportagem).
Histórias são também várias, algumas bem recentes que prefere não identificar por motivos profissionais e de amizade, outras mais antigas que também ficaram por contar e que o ‘Comandante’ aproveita agora para registar através da MAIS, como um acto de pirataria ocorrido em 1977, curiosamente um pouco antes do fatídico acidente que vitimou 133 pessoas.
O comandante Carlos Varanda acabou por ser “vítima e protagonista ao mesmo tempo”, quando um passageiro húngaro quis desviar o avião, que vinha em direcção ao Funchal, para Marrocos. “O húngaro encostou um objecto ao mecânico de bordo e tanto ele como o mecânico aluno ficaram sem reacção. Mas o piloto saiu e resolveu a questão, agredindo o húngaro”. Mais curioso foi o que se passou no Funchal. “Chegado à Madeira, o piloto levou o pirata à polícia no Funchal mas como não havia embaixada, voltou a levá-lo consigo para Lisboa à sua responsabilidade”.

Histórico Amado da Cunha recebeu Nélio Nunes e o ‘paparazzo’ da TAP, António Fernandes. Amado da Cunha foi o primeiro piloto a voar para o Porto Santo.H
O 6421 da TAP
Nélio Nunes fala com carinho do amigo ‘TAP 6421’. António Fernandes, que trabalhou desde 1968 até 2002 na companhia aérea, é um dos mais reconhecidos funcionários da transportadora. É conhecido como o ‘paparazzo’ de serviço e uma “pessoa amiga”.
“Fotografa por prazer e é ele que consegue captar todos os momentos que mais tarde acabamos por guardar com carinho, como é o meu caso”. O fotógrafo de serviço ganhou o estatuto de ‘paparazzo’ da TAP a partir do momento em que se reformou, já lá vão 14 anos.
Nélio Nunes acredita que são pessoas como António Fernandes que mantêm viva a chama da TAP. “Conhece toda a gente e está em todos os momentos, sejam mais ou menos importantes. Está sempre pronto para colaborar”. Nunes agradece a boa vontade do 6421 assim como “centenas de outras pessoas”. (revista Mais /assinantes)