segunda-feira, 25 de abril de 2016

Avelino Farinha há muito que coloca milhões nos offshores

AFA no Paraíso


A maior parte das acções da “AFA, SGPS Lda”, do conhecido empresário José Avelino Farinha, são detidas por uma empresa britânica, chamada “VAZIA Investments  Limited”, sedeada em Londres. Depois, a “corrente” vai até Gibraltar e segue para o paraíso fiscal das “Virgins Islands”.

Após aturadas investigações que se estenderam até à sombria Londres, o Garajau descobriu coisas do arco-da-velha: o famoso empresário José Avelino A. Farinha, presidente do conselho de administração da sociedade de construção e obras públicas, Avelino Farinha & Agrela SA, sedeada na pacata vila da Calheta, é accionista da AFA, SGPS Lda., juntamente com uns “partners” locais, detentores de um curioso negócio financeiro, que começa na Calheta, vai até o Reino Unido, desvia até Gibraltar e acaba no paraíso fiscal das “British Virgins Islands”.Desvendamos, que grande parte das participações da AFA, SGPS Lda. pertencem à empresa “VASIA Investiments Limited”, com sede na 45 Welbeck Street, London, com 2.940.000 acções, seguida de José Avelino A. Farinha com 1.694.000 acções, Francisco de Paixão Agrela com 1.365.958 acções, Ricardo Jorge Abreu Farinha, com 20.000 acções e finalmente Élvio Hugo Félix Agrela, com 20.000 acções.Por sua vez, a britânica “VASIA Investimensts” é detida pela “Corner Consultants, Ltd, sedeada em Road Town, Virgins Islands, com 999 acções e pela Fiduciary Trust Ltd, sedeada em Gibraltar, com 1 única acção, perfazendo o total de £ 1,000.00 (de libras) de capital.No balanço de contas da “VASIA”, entre o período de 1 de Junho de 2004 até 31 de Maio de 2005, verificámos que os sócios meteram na sociedade, só para ela se mexer, cerca de £ 13,654,490 libras (que é muita massa, por isso não está assim tão vazia) e que a sociedade é gerida em Londres por uma “ F. Management Ltd”, cuja directora é Mrs. Yolanda Harnamji.Um dado curioso, é que apesar da “Fiduciary Trust Ltd” ter uma participação minoritariamente residual na “VASIA”, nada impede esta holding - como sociedade gestora de participações sociais - de ser a “cabeça”, a “matrix” de toda a “marosca”, podendo ser ela própria o “esconderijo”, onde se abrigam os nossos secretos e misteriosos “patrões”. Para percebermos melhor como estas coisas funcionam, falámos com uma pessoa ligada ao meio financeiro internacional, que nos explicou que estes “arranjinhos” são feitos propositadamente para se fugir aos impostos, já que parte dos lucros produzidos pela “empresa mãe” acabam, por portas e travessas, numa “empresa filha”, instalada num país estrangeiro. Por sua vez, esta desdobra-se em outras sociedades gestoras de capitais, que tratam de gerir e canalizar o dinheiro para um paraíso fiscal qualquer, caindo o dinheiro “maduro” e “branquinho” numa conta, cujos titulares são os próprios accionistas da “empresa mãe” ou os seus parceiros, que por motivos vários, se querem manter incógnitos. (Será que é aqui que entram os famosos “sócios” do Governo?)O sistema é genial, pois além de permitir a fuga aos impostos, também limpa o dinheiro (um caso perfeito de “money laundering”), já que as sucessivas transacções financeiras vão escondendo a identidade, a origem e o destino do capital.
Para uma empresa como a Avelino Farinha & Agrela SA, que só entre 2004 e 2005 esteve envolvida em empreitadas rondando os 226 milhões de euros (45 milhões de contos), estar ligada, directa ou indirectamente, a um esquema destes, significa um manancial inesgotável de oportunidades fiscais e uma “fonte” encoberta, onde se sacia a “sede” a muita gente.

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