segunda-feira, 29 de junho de 2015

Coelho solidário com os 110 trabalhadores do Madeira Regency Palace que perdem o seu posto de trabalho

Fénix do Atlântico


Coelho quer saber qual o proveito dos ajustes directos à FloraRAM ?

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Luís Gabriel presidente do Sporting Clube santacruzense participa no debate televisivo da RTP/Madeira sobre o futebol Regional. O debate foi moderado pelo jornalista desportivo Nélio Gouveia

ENTREVISTA

“Entre honrar compromissos com credores ou idosos, escolhemos os idosos"

A ex-bloquista, que foi mandatária para a Juventude de Mário Soares nas presidenciais 2006, é a nova secretária-geral do PTP e vai ser cabeça-de-lista do Agir por Lisboa nas legislativas. Para já coligado com o PTP e PDA, o movimento deverá alargar-se. Primeiro objectivo: eleger um a dois deputados.
Alguns cartazes a dizer “vendido”, recentemente postos em edifícios pelo movimento “Eu não me vendo”, foram-no pela mão de Joana Amaral Dias, 40 anos, activista do Agir e não líder, eles dispensam hierarquias. Ressalva que a política não é andar a colar cartazes, mas gosta da acção directa. Uma noite a colá-los é, aliás, uma das escassas memórias que a psicóloga guarda da curta passagem, aos 13, pela JS em Coimbra.
Foi também na rua, mais tarde, que ganhou consciência política. Era ainda estudante de psicologia. Distribuía seringas a heroinómanos, preservativos a prostitutas. Ganhou consciência “crítica” que há uma “imensa massa fora do sistema”, que é preciso “construir uma sociedade mais solidária”, com políticas públicas. O voluntarismo da juventude não chegava. Filha de pais presos pela PIDE, é “constitucionalmente de esquerda”. Mas o Agir não. Nem de esquerda, nem de direita. Quer antes dar resposta aos problemas concretos das pessoas. Joana Amaral Dias ouve-os todos os dias. Na rua, outra vez.
A coligação PSD-CDS surgiu, nas sondagens, à frente do PS. Os portugueses estão ou não descontentes com o Governo?
Tenho reservas em relação às sondagens. Têm falhado. Não tem para mim o valor de leitura da realidade, mas não me surpreenderia assim tanto se viesse a acontecer. As pessoas olham para o PS e para as propostas do PSD e CDS e não encontram diferenças substantivas. Ficam ali indecisos, se é a maçã vermelha, verde. São maçãs.
Mas não estão a punir o Governo…
Se as pessoas precisam de laranjas ou pêras, por que vão premiar quem só dá maçãs como o PS? Com uma adenda: as pessoas, se calhar, a certa altura, preferem o original. As medidas não são substancialmente diferentes. O PS acantonou-se. Não é específico deste PS.
Uma crítica aos outros partidos socialistas da Europa?
Todos os partidos socialistas na Europa, nestes últimos 10, 15 anos, se deixaram colonizar, seduzir pelas forças neoliberais, pela ideia do mercado auto-regulado, do mundo da finança.
De que forma o que está a acontecer na Grécia pode influenciar os resultados eleitorais em Portugal?
O que está a acontecer é uma negociação dura: uma Europa que defende o grande capital e um governo com forte apoio popular que quer defender os interesses dos cidadãos. O Syriza está a fazer aquilo que se espera que qualquer governo faça pelo seu povo. E nós olhamos com muito bons olhos para o referendo [[o plano de resgate financeiro proposto pela troika vai a referendo na Grécia a 5 de Julho], é uma forma de devolver a voz e a própria democracia aos cidadãos.
Mas pode reforçar a esquerda ou, pelo contrário, deixar as pessoas apreensivas? Há receio de instabilidade, preocupação com o sistema bancário, uma corrida às caixas multibanco...
Independentemente do desfecho, há uma coisa que fica em cima da mesa: há quem esteja disposto a lutar até ao fim pelo seu povo. Aquela história de que não há alternativa, que não há outra solução senão ir para a câmara de gás, cabisbaixo, obedecendo às ordens do carrasco, é mentira. Não vamos ser colaboracionistas desses carrascos, essa é a questão que o Syriza levanta. Escolher o que é justo, que é o que o Governo grego está a fazer, não significa escolher o que é fácil.
Mas a esquerda pode ser prejudicada em Portugal, em termos eleitorais?
A prioridade do Agir não é o que é bom para a esquerda ou direita. Nem nos situamos dessa forma. Estamos interessados no que é bom para o povo português e para os povos europeus. Há muita poluição nesta história da Grécia. Quem trouxe o povo grego até esta situação não foi o Syriza, foi o PASOK e a Nova Democracia. Quem a seguir implementou a política da troika não foi o Syriza. E os resultados da austeridade? Nenhuns. A dívida, tal como em Portugal, disparou. Mais mortalidade infantil, mais suicídios, mais empobrecimento no tecido económico. O Syriza não teve nenhuma responsabilidade. Chegou agora. É uma espécie de bombeiro, que chegou com o edifício todo a arder e que vem tentar salvar aquilo que ainda é possível resgatar. Colocar a responsabilidade da solução de tudo o que aconteceu em cima do Syriza é intoxicar a discussão. A culpa desta situação é do bloco central grego.
Quais as prioridades do Agir?
Defendemos três eixos mais um. Em primeiro lugar, o combate sem tréguas à corrupção. Dentro desse combate, uma das medidas é uma auditoria cidadã à dívida que nos diga com transparência e seriedade que parte é legítima e que os contribuintes portugueses têm de arcar. Não podemos consentir que tenha havido dinheiro nestes anos para resgatar bancos, para parcerias público-privadas que criam contratos milionários, para swaps, e que nós tenhamos de pagar essa dívida. Ao mesmo tempo, não existe dinheiro para pagar reformas e pensões condignas.(PÚBLICO)

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