domingo, 24 de maio de 2015

Correio da Manhã com mêdo de falar no nome da agente de execução Maria João Marques

Ministério Público de Cascais está investigar o caso

Ex-agente desvia mais de 2 milhões Desvios foram descobertos pelos agentes de execução.

Uma ex-agente de execução é suspeita de ter desviado mais de dois milhões de euros das contas de executados, deixando vários credores sem qualquer verba. O caso já está a ser investigado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da Comarca de Lisboa Oeste, Cascais. Ao que o CM apurou, J.M. é suspeita de ter efetuado esses desvios entre 2007 e 2011 (durante um período de quatro anos), tendo começado por deixar um rasto de ilegalidades deste género e queixas de executados e credores que partiram da Madeira e se estenderam ao Continente. Os procedimentos levados a cabo por J.M. para se apropriar do dinheiro das contas dos executados terão sido vários. Segundo apurou o CM, junto de várias fontes, quando fazia a penhora de devoluções do IRS de executados, a ex-solicitadora fazia a conciliação na conta de outro endividado. Depois, retiraria o valor com a desculpa de existir um erro e transferiria para si própria as verbas a título de honorários. Outro método seria a transferência de somas das contas dos executados para contas do próprio marido. Terão sido encontradas transferências de valores que iam até aos 250 mil euros. Desde 2011 que a ex-agente de execução era alvo de queixas de juízes devido a falhas no trabalho. A certa altura, as contas de executados que tinha a seu cargo foram congeladas, mas J.M. antecipou-se e suspendeu a atividade para não ser expulsa. Os seus processos, quase 15 mil, foram distribuídos por vários agentes de execução. Alguns desses agentes descobriram no início do ano que havia executados que pensavam ter liquidado parte das dívidas e afinal continuam devedores. Resta-lhes agora esperar pelos resultados da investigação judicial.
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/economia/detalhe/ex_agente_desvia_mais_de_2_milhoes.html

Vai-vem entre negócios e política

Uma relação promíscua
Fundado em 1820 pelos filhos de José Maria do Espírito Santo Silva, a partir da casa bancária que este havia fundado em 1911 (J. M. Espírito Santo), o Banco Espírito Santo (BES) funde-se em 1937 com o Banco Comercial de Lisboa (BCL) e assume a designação de Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa (BESCL). Após a fusão, o total de activos do BESCL estava em 405 mil contos.Nem a mudança de regime (implantação da República), nem as dificuldades decorrentes das duas grandes guerras mundiais afectaram o BESCL que, entre 1937 e 1950, abre 33 novos balcões (um nos Açores), vendo o total dos seus activos crescer para um valor superior a quatro milhões de contos. De entre estes activos destaque para a carteira de títulos que em 1939 está avaliada em 27 mil contos e no final de 1945 é já superior a 318 mil contos, grande parte resultante da compra de dívida do Estado.Da recusa inicial, Salazar passa ao pedido de apoio financeiro aos Estados Unidos da América ao abrigo do Plano Marshall, ocorrendo a partir daí a adesão de Portugal a diversas organizações internacionais de integração e dominação capitalista (OECE, EFTA, Banco Mundial, FMI, GATT e Comunidade Europeia do Carvão e do Aço).

A economia portuguesa «internacionaliza-se», com os recursos das colónias a terem como predadores grupos económicos estrangeiros e os oito grupos económicos monopolistas portugueses (sete dos quais bancos) que se constituíram e expandiram na ditadura fascista. O BESCL foi naturalmente um dos grandes grupos privilegiados por Salazar e Caetano; o seu total de activos totalizava 59 438 milhões de contos em 1970. Em duas décadas, os activos do banco aumentaram 1485 por cento.

Com deputados da União Nacional e outros nomes com responsabilidades institucionais no regime fascista a terem assento nos conselhos de administração do BESCL, onde a família Espírito Santo, com os seus vários ramos, dominava, assinala-se a presença, em 1970, no Conselho de Administração do banco, de Alberto Marciano Gorjão Franco Nogueira, ministro dos Negócios Estrangeiros de Salazar e Caetano.

A política de promiscuidade e de subordinação do poder político ao poder financeiro, desenvolveu-se através da «circulação vai-vem» de dezenas de quadros entre os altos cargos das administrações e dirigentes do grupo e os lugares superiores do aparelho de Estado, nomeadamente ao nível de ministros e secretários de Estado. Expressão concreta dessa presença e pressão directa sobre o poder político, é, por exemplo, além da participação em algumas das reuniões do Conselho de Ministros, a intervenção de Ricardo Salgado, em Abril de 2010, em que assume a coordenação dos principais banqueiros nacionais, reclamando a intervenção da troika estrangeira em Portugal,

Só nos últimos 25 anos, pelo BES/GES terão passado dezenas de quadros, figuras bem conhecidas dos portugueses, que vieram a figurar em governos do PS, PSD e CDS e outros cargos públicos

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