sábado, 22 de novembro de 2014

Quando os poderosos deixam a ribalta do poder ficam menos poderosos e mais vulneráveis perante a justiça burguesa

A detenção de José Sócrates é a vergonha da Justiça portuguesa

«A detenção de José Sócrates é a vergonha da Justiça portuguesa. A vergonha de Pinto Monteiro, de Cândida Almeida e de todos os magistrados que dele se ocuparam enquanto ele era primeiro-ministro. É a vergonha de Noronha do Nascimento, que andou a cortar escutas com uma tesoura. Quando qualquer um, dentro ou fora da Justiça, percebia que estava ali a ponta de um novelo que, desenrolado, iria dar pano para mangas.Não sei se Sócrates é culpado ou não, embora quem acompanha os meus escritos há algum tempo saiba que acho que sim. Que é culpado.Mas há uma coisa que sei: que ele nunca teria sido detido se ainda continuasse a ser primeiro-ministro. Porque não estão em causa suspeitas de crimes cometidos nos últimos dois anos. Estão em causa suspeitas de crimes que já tinham sido cometidos enquanto estava no Governo.E a verdade é que Sócrates passou sempre por entre os pingos da chuva. Ilibado constantemente, tendo a Procuradoria-Geral da República e o Supremo como escudos protectores. Como Vale e Azevedo enquanto foi presidente do Benfica. Como Ricardo Salgado enquanto foi presidente do BES. Como Passos Coelho enquanto for primeiro-ministro.A Justiça, em Portugal, continua a funcionar apenas quando os poderosos deixam de ser tão poderosos. É essa a sua vergonha.» Ricardo Ferreira Pinto (AVENTAR)

O fim de semana de José Sócrates

Tinha ideia de escrever sobre a RTP, nomeadamente os direitos de transmissão da Champions League. Também esperava que algum autor se debruçasse sobre a Convenção do Bloco de Esquerda que decidirá a liderança do partido. Mas a surpresa aconteceu e José Sócrates domina as atenções gerais neste final de semana.
Não simpatizo com o político José Sócrates, mas não abri uma garrafa de champagne pela sua detenção. E por agora é apenas isso, detenção para interrogatório. Não estará sequer ainda constituido arguido nem submetido a qualquer medida de coacção. E qualquer cidadão goza de presumível inocência até sentença transitada em julgada, embora seja diferente ter um estatuto de arguido, acusado, réu ou condenado. Nem vou tecer comentários sobre os métodos do Juíz Carlos Alexandre. A seu tempo o processo será conhecido.
Concordo em absoluto com o Ricardo ali atrás, enquanto foi governante permaneceu intocável por maiores que fossem as suspeitas e insinuações levantadas na imprensa. Não foi o primeiro, nem será o último. Vale e Azevedo apenas teve problemas quando deixou o S.L.B., algo me diz que Pinto da Costa tem na presidência do F.C.P. uma excelente apólice de seguro. Na política as recentes condenações de Maria de Lurdes Rodrigues ou Armando Vara aconteceram com o P.S. na oposição, enquanto o caso B.P.N. vai marinando. Será interessante verificar o que acontece caso se verifique a provável alternância nas próximas legislativas. Algumas pessoas ligadas à actual maioria talvez já não durmam com total tranquilidade.

Freeport e licenciatura entre temas mediáticos que envolveram o nome de Sócrates

por LusaHoje4 comentários

Alguns dos casos mais polémicos que envolveram o ex-primeiro-ministro socialistas.
O licenciamento ambiental do Freeport, as escutas no processo "Face Oculta" ou a questão da licenciatura foram alguns casos mediáticos que envolveram o nome do ex-primeiro-ministro socialista José Sócrates, que foi detido no sábado para interrogatório judicial.
O caso Freeport, que durou mais de cinco anos, envolvia o nome de José Sócrates e as suspeitas do seu envolvimento no licenciamento ambiental do 'outlet' de Alcochete, enquanto antigo ministro do Ambiente. Em 2010, o Ministério Público concluiu que não havia irregularidades no licenciamento do empreendimento comercial Freeport.
"Como sempre disse, a verdade acaba sempre por vir ao de cima e fica agora evidente para todos os portugueses de boa-fé a enormidade das calúnias, das falsidades e das injustiças que sobre mim foram insistentemente repetidas ao longo destes últimos seis anos, muitas vezes com um único objetivo: de me atacarem politicamente e de me atacarem pessoalmente", afirmou Sócrates na ocasião.
O processo Freeport voltaria a estar na ordem do dia, quando no verão de 2011 a investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) é concluída, mas com os procuradores a alegarem "falta de tempo" para ouvirem em inquérito o antigo ministro do Ambiente, o que levaria o Procuradoria-Geral da República (PGR) a abrir um inquérito à diretora e aos dois procuradores, que deixaram por escrito as 27 perguntas que queriam ter feito a Sócrates e não fizeram.
O caso seguiria para julgamento em 2012 no Tribunal do Barreiro e o Ministério Público voltou a não ouvir José Sócrates. (DN/Lisboa)

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