domingo, 16 de novembro de 2014

Até sempre camarada!

José Casanova, militante desde os 19 anos e diretor do durante década e meia, faleceu ontem vítima de “doença grave”

Obituário.

O dirigente comunista José Casanova, diretor do jornal Avante! desde 1997 até ao início deste ano, faleceu ontem vítima de “doença grave” e o seu funeral realiza- se hoje, em Lisboa.
José Casanova dirigiu o jornal oficial do PCP entre 1997 e 2014
O PCP, na nota divulgada sobre a morte daquele membro do Comité Central, de 75 anos e natural do Couço ( Coruche), enalteceu “a sua intervenção dedicada como militante e dirigente” comunista “nas mais diversas tarefas e responsabilidades e a sua sensibilidade e contribuição no plano cultural”.
“A melhor homenagem que lhe podemos prestar é prosseguir a luta do seu partido de sempre, o Partido Comunista Português, ao serviço dos trabalhadores, do povo e do país, pelo ideal e projeto comunista”, adiantava a nota do PCP.
“Era genuinamente bom, de bom coração”, lembrou ontem o deputado Jorge Machado ao DN, frisando que o PCP “perde um homem de grande coerência e preocupado com a integração dos jovens quadros, com a renovação e o rejuvenescimento do partido”.
Rui Fernandes, membro da Comissão Política do PCP, também disse ter aprendido muito sobre a vida política nacional” com José Casanova. Era, adiantou, “uma pessoa muito serena” e as suas palavras permitiam “muitas vezes” fazer a análise e encontrar soluções para os problemas políticos do dia- a- dia que se colocavam aos portugueses.
Militância comunista
José Casanova, que também era escritor, aderiu com 19 anos ao PCP e as suas primeiras atividades políticas ocorreram no âmbito da União da Juventude Portuguesa, em que chegou a ter funções dirigentes, lembrou o partido.
Tendo participado nas candidaturas de Arlindo Vicente e depois Humberto Delgado à presidência da República, em 1958, José Casanova foi preso dois anos depois pela PIDE. Condenado a dois anos de prisão, foi ainda sujeito “às chamadas ‘ medidas de segurança’ que o forçaram a permanecer cerca de seis anos nas prisões fascistas”, informou a nota de imprensa do PCP.
Exilado na Bélgica entre 1971 e 1974, José Casanova prosseguiu aí a sua atividade partidária junto dos emigrantes portugueses e em contactos com os movimentos de libertação das antigas colónias: MPLA, PAIGC e Frelimo.
Com a Revolução dos Cravos, em Abril de 1974, José Casanova regressou a Portugal e tornou- se membro do Comité Central do PCP dois anos mais tarde. Em 1979 passou a integrar a Comissão Política, órgão de que foi membro até 2008.
Neste período, Casanova teve também responsabilidades partidárias nas organizações regionais do PCP de Lisboa e de Santarém.
José Casanova dirigiu o jornal oficial do PCP, o Avante!, entre 1997 e fevereiro deste ano, sendo atualmente o responsável pela Comissão Nacional da Cultura do partido.
Como escritor, José Casanova Nova escreveu os romances Aquela Noite de Natal, O Caminho das Aves e O Tempo das Giestas, bem como outras obras em que sobressai um livro sobre Catarina Eufémia, recentemente editado. (fonte DN/domingo)

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