sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

“O réu matou Rosalina Ribeiro por causa de seis milhões de euros?”

As 46 perguntas do Ministério Público brasileiro são diretas e serão feitas dentro de dias na 6. ª Vara Criminal de Lisboa

A juíza Fábia Macedo será a responsável pelo interrogatório

O réu matou Rosalina Ribeiro por causa de seis milhões de euros?” As 46 perguntas enviadas pelo Tribunal de Saquarema para serem feitas por um juiz português não poderiam ser mais diretas. Via carta rogatória, o Ministério Público ( MP) brasileiro questiona Duarte Lima – acusado da morte da sua cliente – sobre os montantes transferidos por Rosalina Ribeiro para a conta do advogado; o que foi ele fazer ao Brasil em 2009; quantas vezes pediu à vítima para assinar documentação e porque o arguido se desfez do telemóvel um dia após a morte de Rosalina.
Duarte Lima está preso em casa com pulseira eletrónica
A carta rogatória foi distribuída por sorteio na passada segunda- feira à 6. ª Vara Criminal de Lisboa e as perguntas serão feitas a Duarte Lima – que está em prisão domiciliária ao abrigo do processo “Monte Branco” – dentro de dias pela juíza Fábia Macedo, assim que a data fique marcada e o arguido notificado. Na carta rogatória constam 46 perguntas feitas pelo procurador brasileiro Eduardo Luiz Rolins de Faria e 27 da defesa do advogado. De acordo com o documento, a que a agência Lusa teve acesso no Rio de Janeiro, Duarte Lima será questionado sobre se é verdadeira a acusação de homicídio e, em caso negativo, se acredita haver motivo para o terem incriminado, ou se sabe quem foi o responsável pelo homicídio.
“Porque ligou para uma loja de armas do hotel de Belo Horizonte? Onde ficou hospedado no Rio de Janeiro e como pagou essa hospedagem? Porque marcou encontro com Rosalina, à noite, fora da casa dela, sabendo que ela não gostava de sair depois das 18 horas?”, são outras perguntas que constam do documento.
A Justiça brasileira questiona ainda se Rosalina Ribeiro conferiu alguma procuração a Duarte Lima, quando e para que fim, quantas vezes Duarte Lima pediu à vítima para assinar documentação, “isentando- o de qualquer responsabilidade em relação aos valores transferidos para a sua conta bancária”, e qual o desfecho do processo em Portugal sobre a transferência desses valores, “de forma indevida”, da vítima para a sua conta.
A acusação questiona o motivo pelo qual o advogado foi, em Dezembro de 2009, ao Brasil, e porque chegou ao país via Belo Horizonte – onde alugou um carro – e não pelo Rio de Janeiro, onde se encontrou com Rosalina, e ainda por que levou um telemóvel pré- pago de Portugal. Pergunta igualmente porque o arguido se desfez desse telefone um dia após a morte de Rosalina.
O ex- deputado do PSD terá de esclarecer porque entregou o carro com um tapete novo e porque razão disse à polícia brasileira que não se lembrava do nome do local onde o havia alugado, depois de ter contactado a empresa para tratar de multas que lhe foram aplicadas. A acusação quer esclarecer o que levou o arguido a deslocar- se aos arredores do local onde o corpo de Rosalina foi encontrado.
Quanto às perguntas da defesa, os advogados João Costa Ribeiro Filho e Saulo Alexandre Morais e Sá instigam o seu cliente a recordar o seu relacionamento com Rosalina e a forma como esta pagou os honorários. (Fonte:DN/Lisboa)
Efemérides:

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