segunda-feira, 22 de abril de 2024

A liberdade de expressão é a primeira fronteira da democracia. Diz José Pacheco Pereira

 


«Levo comigo uma das edições do jornal República que saíram no 25 de Abril, que ostenta orgulhosamente a frase “este jornal não foi visado por qualquer comissão de censura”.
... ... ....
....Mas a luta contra a democracia e a sua usura começa sempre com a liberdade de expressão, seja por mecanismos formais, seja por pressões informais que incluem a autocensura. E a ascensão da censura, e o clima liberticida que a acompanha, faz-se à esquerda e à direita, com atitudes simétricas de limitar a liberdade e punir o “livre discurso”»


Raquel Coelho escreveu no JM de hoje

 

23/04/2024 08:00

Depois do que se passou neste último fim de semana, tenho de reconhecer que já vi de tudo na política. E olhem que um deputado do meu partido já tirou a roupa em pleno parlamento, já vimos Alberto João em cuecas, em modo Rei do Carnaval. Portanto, a fasquia está bastante elevada. Acreditem, não nos escandalizamos com pouco e, mesmo assim, todos os acontecimentos que antecederam, não chegam sequer aos pés do congresso do PSD/Madeira que se realizou este fim-de-semana.

O PSD ao reunir-se em congresso para reconfirmar a liderança de Albuquerque, organizou a maior ação de glorificação pública à corrupção que alguma vez assisti. Quando o resto do país ruboriza ao ouvir falar da política na Madeira, eis que o PSD, exaltou de entusiamo e orgulho no Centro de Congressos da Madeira.

José Luís Nunes, o acarinhado pediatra madeirense e Presidente da Assembleia Municipal do Funchal, talvez inebriado pelo efeito Pedra, chegou ao cúmulo de pedir que Pedro Calado “volte rapidamente”, após este ter renunciado ao mandato na Câmara de Funchal, assumindo-se “órfão” na sua ausência. Só faltou chorar. Foi cómico e trágico ao mesmo tempo.

Suponho que no Burkina Faso e no Zimbabwe um caso destes não causasse embaraço, mas na suposta Europa civilizada, onde políticos são demitidos dos governos por comprarem um chocolate com dinheiros públicos, imaginem o impacto de um evento com esta conotação.

Não sei se são as poeiras que vêm de África estão a afetar o cérebro das pessoas, mas a falta de noção que impera, começa a ser preocupante. Precisamos de uma vacina para esta pandemia, porque pelos vistos a ilha ser “varrida” por quase três centenas de inspetores da Polícia Judiciária que viajaram de Lisboa num avião da Força Aérea não foi suficiente. Convém relembrar que operação foi preparada no mais completo sigilo e nunca se tinha feito nada com desta dimensão em Portugal. A megaoperação resultou na detenção por 21 dias do autarca do Funchal e de dois dos maiores empresários da Região e só não prenderam Albuquerque porque este tinha imunidade parlamentar. Em causa, estão suspeitas dos crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

Mais bom senso teve Montenegro e Hugo Soares que, manhosamente, inventaram uma desculpa esfarrapada para não estarem presentes no Congresso. O presidente do PSD e primeiro-ministro fugiu para a Cabo Verde, a pretexto de uma importantíssima visita de Estado, e passou a batata quente ao secretário-geral do partido, Hugo Soares, que não achando piada na missão incumbida, inventou uma dor de barriga de última hora e cancelou a participação. O PSD nacional acabou por deixar a criança nos braços do vice-presidente Miguel Pinto Luz, que pelos vistos não teve pudor em beatificar o evento.

O próprio Alberto João Jardim, preferiu ir estrategicamente para os Açores, pasme-se, para participar numa sessão solene comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril. Na Madeira, nunca quis celebrar a data, foi preciso realizar-se o 19º congresso do PSD para querer celebrar o aniversário da Revolução dos Cravos, entre ananases, vacas e queijo Terra Nostra.

Com tantas aclamações aos políticos caídos em desgraça, após terem sido acusados de corrupção e detidos pelo Ministério Público, a Madeira é definitivamente um caso de estudo. Se não existíssemos tínhamos de ser inventados. Estamos como o Entroncamento, a terra dos fenómenos.



Vítimas da injustiça. E da Justiça! (análise muito lúcida de António Barreto)

 

«Os profissionais da Justiça, ajudados pelos políticos, souberam reforçar os seus poderes, aumentar a sua independência e consolidar os seus privilégios. Organizaram a sua autogestão. E não fizeram esforços para melhorar a sua eficácia, para serem mais justos, para prestar contas, para assumir novas responsabilidades e para melhor cumprir os seus deveres. Voltando à interrogação inicial: porquê? Como foi possível? Resistiram à mudança social e política? Tinham assim tanto poder? São conservadores? Foram os políticos que lhes concederam estatutos e privilégios? Os políticos têm medo dos magistrados?

... ... Sabemos como o direito já defendeu os traficantes de escravos ou os proprietários de lenha.»

Mário de Gouveia um comentador cada vez mais alaranjado no Dossier de imprensa


 

Arrancaram as entrevistas aos cabeças de listas dos Partidos concorrentes ás Regionais 2024 na RTP/Madeira

 Hoje foi com o ADN o partido que foi fundado por Marinho e Pinto (PDR) Partido democrático Republicano). O Partido mudou de mãos e de nome e virou um partido de extrema direita. É o que está na moda. Os partidos direitolas inspirados na doutrina salazarista. 50 anos após a revolução do 25 de Abril um saudosismo do passado obscurantista  surge em força.

Miguel Pita o cabeça de lista do ADN